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Encontro de Casais

Encontro de Casais

Um casal em crise descobre um resort numa paradisíaca ilha especializado em tratar casais com problemas. E convencem outros três casais amigos para uma semana lá.

Encontro de Casais (Couples Retreat no original) é um dos filmes mais bestas que heu vi recentemente. Não chega exatamente a ser um filme ruim, mas o problema é que parece que, em vez de vermos uma comédia romântica, estamos diante de um grande comercial sobre um resort em Bora Bora.

Pra começar, é uma comédia, mas quase não rolam piadas engraçadas. É tudo muito sem graça. E, pra piorar, o roteiro é muito mal escrito, os casais não convencem, e todos os conflitos apresentados são resolvidos na hora. Isso sem falar em várias cenas completamente desnecessárias. O “momento guitar hero” foi constrangedor!

Pena, porque o elenco prometia. Os casais principais são de atores conhecidos: Vince Vaughn e Malin Akerman, John Favreau e Kristin Davis, e Jason Bateman e Kristen Bell (o quarto casal é tão forçado que mal aparece no poster, eles inclusive foram cortados do poster britânico do filme, o que gerou críticas racistas). Além deles, ainda temos um desperdiçado Jean Reno, ao lado de Temuera Morrison. Os desconhecidos Carlos Ponce e Peter Serafinowicz têm os melhores papéis, como o recepcionista e o instrutor de yoga.

Aí a gente vê quem escreveu o roteiro e começa a entender o que aconteceu. Vince Vaughn e John Favreau são os roteiristas! Olha, ao que tudo indica, eles resolveram conseguir umas férias legais e ainda ganhar cachê para isso. Escreveram um roteiro meia boca, chamaram amigos para os papéis principais (passeando pelo imdb, vemos que todos já trabalharam juntos antes) e foram todos para um maravilhoso resort em Bora Bora, em praias lindíssimas com o mar azul claro. Posso até estar errado, mas realmente isso é o que passa. Tanto que Favreau desta vez não dirigiu (ele dirigiu os dois Homem de Ferro), afinal, dirigir deve dar trabalho. O diretor foi Peter Billingsley – olha que coincidência, que já atuou em dois filmes dirigidos por Favreau!

O filme é tão desleixado que o nome de Temuera Morrison está escrito errado nos créditos, está como “Temeura”. Mais: o filme é tão desleixado que o cabelo de Malin Akerman no filme é ruivo, mas no cartaz está louro.

Enfim, como propaganda de resort em Bora Bora, funciona muito bem, heu mesmo fiquei com vontade de ir pra lá. Mas, como filme, Encontro de Casais fica devendo…

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Apesar de ter gostado de Get Shorty – O Nome do Jogo, de 95, heu ainda não tinha visto a sua continuação, Be Cool – O Outro Nome Do Jogo, de dez anos depois.

Baseado no mesmo Elmore Leonard que escreveu a primeira história, Be Cool traz de volta Chili Palmer (John Travolta), desta vez tentando entrar na indústria da música, em vez do cinema como no primeiro filme.

Be Cool tenta manter o mesmo estilo de Get Shorty: atores famosos fazendo personagens cool, tudo num visual moderno e embalado por uma trilha sonora “tarantinesca”.

Aliás, o elenco deste filme é impressionante: John Travolta, Uma Thurman, Danny DeVito, Harvey Keitel, James Woods, Vince Vaughn, The Rock, Christina Milian, Debi Mazar, Cedric The Entertainer, e ainda rolam participações especiais de Steven Tyler e Joe Perry (do Aerosmith), Black Eyed Peas e Sergio Mendes.

Mas no fim descobrimos que, por trás de tudo isso, o filme é fraquinho. Para ser sincero, achei o filme bobo… A trama é vazia, é tudo tão sem graça, que, quando acaba o filme, dá vontade de rever o original.

Na Natureza Selvagem

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Na Natureza Selvagem

Seguindo mais uma sugestão, procurei este belo filme, Na Natureza Selvagem, que conta a história de um anti-herói usando cenários naturais deslumbrantes.

Quem nunca se imaginou chutando o balde e largando a própria vida para tentar uma nova, completamente diferente, em busca de respostas para questões internas?

Christopher McCandless fez isso. Aos vinte e poucos anos, recém formado na escola, abandonou a família, rasgou os documentos, doou todas as economias e saiu de mochila nas costas, sem rumo.

Dirigido pelo ator Sean Penn, Na Natureza Selvagem foi inspirado na história real de Christopher McCandless, que existiu de verdade e fez isso tudo isso de verdade.

Bem, acho que podemos analisar a saga de McCandless por dois ângulos opostos:

– Podemos admirar sua coragem, de largar tudo em busca de um sonho.

Ou…

– Na verdade ele foi egoísta e irresponsável. Um garoto jovem, inteligente, com família, casa, educação, e que joga tudo fora e sai por aí de maneira inconsequente.

(Claro que o filme opta pela primeira opção…)

O filme é um pouco longo (quase duas horas e meia) e o ritmo é lento. Mas em momento nenhum é chato. Pelo contrário, a história é envolvente. A história começa com a chegada de McCandless no Alasca, e a partir daí acompanhamos toda a sua trajetória através de flashbacks.

Como disse antes, os cenários são deslumbrantes. O filme foi inteiramente rodado em locações espalhadas pelos Estados Unidos. E o Alasca, onde a maior parte da trama se passa, foi visitado em quatro diferentes épocas do ano.

Ainda devemos citar a belíssima trilha-sonora composta por Eddie Vedder, que ganhou um Globo de Ouro por melhor canção e chegou a ser indicado ao Oscar de melhor trilha sonora.

O prestígio de Sean Penn conseguiu reunir um ótimo elenco. Emile Hirsch (que logo depois foi o protagonista de “Speed Racer”) chegou a emagrecer 18 quilos para o papel, além de dispensar dublês. Ainda temos no elenco William Hurt, Marcia Gay Harden, Jena Malone, Catherine Keener, Kristen Stewart e Vince Vaughn, entre outros.

Veja o filme e decida se McCandless foi correto e corajoso, ou se simplesmente desperdiçou sua vida…