A Árvore da Vida

Crítica – A Árvore da Vida

Mais uma polêmica em cartaz nos cinemas cariocas!

O novo filme do cultuado Terrence Malick conta a história de uma família com três irmãos nos anos 50. O filme foca no irmão mais velho, desde a infância até a perda da inocência.

Trata-se de uma polêmica bem diferente da última. Enquanto Srpski Film (A Serbian Film – Terror Sem Limites) foi censurado em vários países, A Árvore da Vida traz uma recomendação oposta: ganhou a Palma de Ouro no último Festival de Cannes. Se um chega cercado de coisas negativas, o outro vem super badalado.

Mas então por que a polêmica? Fácil. A Árvore da Vida é um filme cabeça, cheio de momentos “herméticos”. Mas o público “normal”, que vai ao cinema pra ver “um filme que tem o Brad Pitt e um bebê fofinho no cartaz”, não sabe que vai ver um filme de arte. E, muitas vezes, reclama em voz alta – na sessão que fui, no Unibanco Arteplex, teve discussão entre espectadores revoltados com o filme. E pelo que tenho lido por aí, discussões e brigas têm sido constantes nas salas de cinema!

O diretor Terrence Malick é um sujeiro esquisitão. Não gosta de aparecer em fotos (tinha isso no contrato dele em Além da Linha Vermelha), e faz filmes em um ritmo diferente da maioria. Este é apenas o seu quinto filme – e seu primeiro foi em 1973, 38 anos atrás! Bem, pelo menos admito que o cara tem talento ao capturar belas imagens.

Mas, na minha humilde opinião, Malick se perdeu. As cenas de planetas e dinossauros são completamente desnecessárias. São uns vinte minutos de imagens aleatórias, sem diálogos, só com música erudita ao fundo. Admito, imagens belíssimas. Mas dispensáveis.

(Posso estar enganado, mas a impressão que tive é que Malick queria evocar 2001, Uma Odisseia no Espaço. Imagens espaciais e música clássica. O problema é que Malick não é Kubrick…)

Outra coisa dispensável é a participação de Sean Penn. Sean Penn no escritório, Sean Penn no elevador, Sean Penn andando em uma grande cidade. Tire essas cenas, o filme não perde nada – na verdade, o filme ficaria menos cansativo. O mesmo digo sobre frases soltas, em off, espalhadas pelas cenas contemplativas.

Apesar disso tudo, A Árvore da Vida não é ruim. Acho que a única parte que achei realmente ruim foi o momento “Nosso Lar”, com todo o elenco junto na praia…

Vamos falar do que funciona. A parte do Brad Pitt e sua família é boa. Os personagens são bem construídos, os atores estão ótimos, e a reconstituição de época é perfeita.

Sobre o elenco, Brad Pitt está excelente – não sei se é cedo, mas não me espantarei se ele for um dos favoritos ao Oscar 2012. A mãe interpretada pela desconhecida Jessica Chastain traz o equilíbrio perfeito para o papel de Pitt. O garoto Hunter McCracken, estreante, também manda bem.

Além disso, o filme tem um visual realmente bonito. A gente vê o cuidado de Malik em cada cena, são vários os momentos belos e contemplativos ao longo das quase duas horas e vinte minutos de duração.

Mas, como disse antes, A Árvore da Vida não é para todos. Arrisco a dizer que a maioria não vai gostar. Heu não gostei, me cansei um pouco de filmes cabeça… Assista por sua conta e risco! Só não vale discutir no cinema, ok?

4 pensamentos sobre “A Árvore da Vida

  1. sara 22 agosto, 2011 às 5:10 am Reply

    este filme e uma arte com certeza mas na minha opiniao nao um filme de arte e sim um filme do espirito, nao se pode entender e consequentemente gostar se nao se tem uma coneccao espiritual do mundo e da vida, ja no inicio do filme ele cita um texto de “JO” biblico e o filme se desenrola sobre este aspecto, .(
    sugiro ler “JO” ).Na inteligente percepçao do inicio do filme tb citar o inicio de tudo ,tudo começando como uma energia e dai a explosao e a criaçao do mundo, ede seus primeiros habitantes “dinossauros” com seu temperamento parecido com dos humanos…..ou seja uma visao espiritual , um filme espiritualizado!adorei!!!

  2. fabricio 23 agosto, 2011 às 12:04 am Reply

    Não me venha com esse papo de reflexão da vida, o filme é cansativo, confuso, péssimo, um bom filme não precisa ser tão confuso assim,o diretor pegou todas as imagens da Discovery e da National Geografics e colocou ali.Os intelectuais que dizem gostar do filme estão é fazendo tipo.Eu não recomendo esse filme pra ninguem.

  3. […] A Invenção de Hugo Cabret ou Meia Noite em Paris também seria justo. Pelo menos não foi pra Árvore da Vida, uma das picaretagens mais pretensiosas dos últimos […]

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