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Prometheus

Crítica – Prometheus

Finalmente, chegou um dos mais aguardados filmes de 2012!

Um grupo de arqueólogos descobre uma pista sobre a origem da humanidade na Terra. Uma grande corporação então organiza uma expedição a um planeta distante, onde vão procurar respostas para questões existenciais.

Antes de começar a falar de Prometheus, preciso avisar que NÃO é um filme da franquia Alien. “Ué, mas esse filme não era um prequel do primeiro Alien? Bem, mais ou menos. Explico.

Prometheus é um prequel sim. Mostra o universo dos filmes Alien, antes do que aconteceu lá longe, no primeiro, Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido pelo mesmo Ridley Scott em 1979. Mas não é um filme sobre a criatura “alien” – os xenomorfos e “face hughers”. Isso pode causar uma grande decepção em boa parte dos espectadores, que vão ao cinema para ver os bicharocos com sangue ácido e uma boca dentro da outra. Então, caro leitor, deixe-me avisá-lo logo: Prometheus NÃO é um filme sobre os aliens!

Dito isso, vamos ao filme. Prometheus não é Alien, mas é muito bom. Ridley Scott está de volta!

Prometheus entrega o “prometido” (desculpem, mas o trocadilho era inevitável…): misto de ficção científica com suspense e pitadas de terror, trama mostrando elementos do universo Alien, efeitos especiais excelentes e uma cenografia com um visual embasbacante – os cenários e alienígenas seguem o traço do pintor H. R. Giger, o criador do xenomorfo original.

O visual de Prometheus é realmente impressionante. Todos aqueles cenários devem ser digitais, mas a qualidade da imagem faz tudo parecer muito real. A fotografia do filme é belíssima!

O elenco é muito bom. Michael Fassbender está excelente como o androide “da vez” (não, não é spoiler). Noomi Rapace, da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, manda bem com a sua “nova Ripley” (personagem de Sigourney Weaver nos quatro filmes da série Alien). Charlize Theron também está ótima com a fria chefe. Só não gostei de Guy Pearce mal maquiado como o idoso Weyland. Por que não contratar um ator veterano? Ou pelo menos fazer uma maquiagem bem feita? Ainda no elenco, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Sean Harris, Rafe Spall e uma ponta de Patrick Wilson.

Prometheus é bom, mas não é perfeito. O roteiro tem algumas falhas (como é que logo o geólogo responsável pelo mapeamento do local é o cara que se perde?), e são muitos personagens mal desenvolvidos… E ainda tem outro problema: a responsabilidade de ser “a nova ficção científica dirigida por Ridley Scott”. Scott foi o diretor de dois dos maiores filmes da história da ficção científica: Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner, o Caçador de Androides (1982). Prometheus é bom, mas perde na inevitável comparação.

Mas, na minha humilde opinião, o pior defeito de Prometheus é não ser uma história fechada. O fim do filme deixa claro que teremos uma continuação em breve. E sabendo que um dos roteiristas é Damon Lindelof, que tem Lost no currículo, a gente fica com o pé atrás com relação a pontas soltas…

Mesmo assim, Prometheus é um grande filme, e merece ser visto no cinema – parte do visual deslumbrante vai se perder no lançamento em dvd / blu-ray. Vi a versão em 3D, mas não senti nada essencial, acredito que possa ser visto em 2D sem nenhum prejuízo.

Agora aguardamos a continuação. Que seja tão boa quanto a continuação do primeiro Alien!

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Se você gostou de Prometheus, o Blog do Heu recomenda:
Alien, o Oitavo Passageiro
Força Sinistra
Distrito 9

Robin Hood

Robin Hood

Um novo filme do Robin Hood, dirigido por Ridley Scott? Promete! Bem, prometia…

O filme começa com o rei Ricardo Coração de Leão voltando das Cruzadas, falido, saqueando castelos no caminho. Robin é um arqueiro de seu exército que acaba preso pelo próprio rei, mas uma série de fatos acabam levando-o para Nottingham e depois para a liderança do exército inglês.

Bem, este novo Robin Hood tem dois problemas. O primeiro é que se trata do início da lenda de Robin Hood. Ou seja, vai decepcionar quase todos os desavisados que esperam encontrar a floresta de Sherwood e todo aquele papo de “roubar dos ricos para dar aos pobres”. Tudo bem que a mania de reboots está na moda em Hollywood, mas já que é assim, este filme deveria se chamar Robin Hood Begins.

E aí vem o segundo problema, este um pouco mais grave. Todos sabemos que a expectativa de vida na Idade Média era baixa. Um homem de 40 anos já era um senhor! E aí vemos Russell Crowe, que acabou de completar 46 anos, como um Robin Hood “em início de carreira”. Olha, até que Crowe não está mal como Robin, mas deveria ter uns 15 anos a menos! Aparentemente Ridley Scott quis repetir a parceria que deu certo em Gladiador (2000) e em quatro outros filmes, mas se esqueceu que os anos se passaram…

Como falei, Crowe está bem, mas um pouco velho. Isso refletiu em seu par. Cate Blanchett está ótima (como sempre) como Marion. Mas, com 41 anos, acho que é a primeira Marion balzaquiana da história!

O resto do elenco é interessante e foi bem escolhido. Max Von Sydow também está ótimo, e o mesmo falo de um quase irreconhecível William Hurt, cabeludo e barbudo. Oscar Isaac surpreende como o explosivo príncipe John, e Mark Strong, pela terceira vez no ano, faz um vilão consistente (ele fez o mesmo em Sherlock Holmes e Kick-Ass). Ainda no elenco, Scott Grimes, Allan A’Dayle, Kevin Durand, Mark Addy e Danny Huston.

Mas o que sobra no elenco falta no roteiro. Não só não vemos Robin Hood como gostaríamos, como ainda temos vários momentos forçados. Ora, em toda a Inglaterra, Robin foi parar justo na casa da única pessoa que conhece a sua infância? Frei Tuck sabia lutar na frente de batalha? E isso faz certas coisas perderem a credibilidade, como aquele desembarque que parece o dia D na Normandia na Segunda Guerra Mundial!

Pelo menos o filme é tecnicamente bem feito, o que era de se esperar, já que estamos falando de uma superprodução hollywoodiana dirigida por Ridley Scott. É só a gente ignorar o que conhece sobre Robin Hood e não dar bola pra detalhes de roteiro…

Alien – O Oitavo Passageiro

alien

Alien – O Oitavo Passageiro

Outro dia meu amigo Bebeto Pires sugeriu uma resenha deste ótimo filme, que este ano completa 30 anos. Claro que heu já tinha visto, mais de uma vez, mas é sempre bom rever antes de escrever, né? Então aproveitei o feriadão de páscoa pra rever este clássico.

Alguém aí não conhece a história? A Nostromo, uma enorme nave espacial cargueira, com apenas sete tripulantes, para no meio do caminho de volta para a Terra, para checar um S.O.S num planeta desconhecido. Alguns tripulantes vão até lá, algo dá errado, e na volta para a Nostromo trazem algo desconhecido com eles.

É difícil falar de um fime desses. Afinal, o que posso falar sobre esse filme que já foi falado por pessoas com mais propriedade que heu? Bem, posso falar duas coisas:

1- O visual do filme não está “velho”. Os cenários e efeitos ainda estão bons, algo surpreendente para um filme feito 30 anos atrás. As únicas coisas que denunciam a idade são os gráficos dos monitores de computador. E talvez alguns penteados femininos…

2- Vi este filme junto com um “quase sobrinho”, de 18 anos. Que não tinha ideia do que se tratava o filme. E que me disse que o filme continua bom!

Alien é simplesmente um marco. É a perfeita interseção entre ficção científica, suspense e terror. Nasci em 71, então não vi na época do lançamento. Mas tive a sorte de ver no cinema, numa reprise, antes da continuação, ou seja, sem saber do que se tratava, sem saber o que era o “alien”. Afinal, o suspense é criado em cima do desconhecido: não sabemos o que é aquilo; até a cena final, apenas vemos partes do bicho.

Foram 3 continuações: Aliens, de James Cameron (86); Alien 3, de David Fincher (92); e Alien – A Ressurreição, de Jean Pierre Jeunet (97). O de Cameron também é excelente, é uma das poucas continuações da história tão boas quanto o original. Não gostei do de Fincher, mas prometo que um dia ainda reverei para uma segunda opinião. O de Jeunet é bizarro, mas não se pode esperar algo diferente vindo do mesmo diretor de Delicatessen

(Não estou contando os filmes da franquia Alien vs Predador. São muito ruins, principalmente se comparados a esses!)

Mais alguns fatos legais sobre Alien:

– Era o segundo filme de um tal de Ridley Scott. Que logo depois fez um tal de Blade Runner. E que já foi indicado 3 vezes ao Oscar de melhor diretor, por Thelma & Louise (91), Gladiador (2000) e Falcão Negro em Perigo (2001).

– Os cenários e criaturas foram desenhadas pelo artista suíço H. R. Giger, o mesmo que fez a criatura em A Experiência, e a capa do disco “Brain Salad Surgery, da banda Emerson, Lake & Palmer.

– O responsável pelos efeitos especiais foi Carlo Rambaldi, que ganhou um Oscar por este filme e outro por E.T.. Rambaldi ainda fez efeitos especiais em filmes legais como o King Kong de 76, Duna e Possessão, aquele que a Isabelle Adjani cria um monstro no banheiro.

– Sigourney Weaver era quase desconhecida antes da série Alien. Depois de estrelar os 4 filmes da franquia, passou a ser associada sempre ao filme.

– O roteirista Dan O’Bannon fez outros roteiros para filmes legais, como Força Sinistra (Lifeforce) e O Vingador do Futuro (Total Recall). Mas no seu currículo tem duas coisas curiosas: 1- Só dirigiu dois filmes. Um deles é o cultuadíssimo A Volta dos Mortos Vivos; 2- Realizou, em 1974, como projeto de faculdade, uma ficção científica trash divertidíssima chamada Dark Star, que também foi o primeiro filme de John Carpenter (O Enigma de Outro Mundo, Fuga de Nova York).

Chega, o texto vai ficar grande demais. Se você ainda não viu o filme, corra para ver. E se já viu, é uma boa opção de reprise!