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Os Três Mosqueteiros

(Outro dia descobri que o meu post sobre o filme Os Três Mosqueteiros sumiu do Blog. Sei lá o que aconteceu, só sei que não estava aqui, só no índice, como se tivesse sido publicado no fim de outubro de 2011. Pra não ficar sem o texto, recuperei no “cache” do Google, e estou postando de novo.)

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80′s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

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Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

Thor

Crítica – Thor

E a Marvel continua ampliando o seu universo hollywoodiano!

Desobedecendo as ordens de seu pai, Odin, Thor quase começa uma guerra contra os gigantes de gelo de Jotunheim. Enfurecido, Odin retira seus poderes e o expulsa de Asgard para a Terra, onde ele conhece a cientista Jane Foster. Enquanto isso, seu irmão Loki planeja assumir o poder.

De um tempo pra cá, os fãs de quadrinhos de super herois não têm tido motivo pra reclamar. Tivemos recentemente filmes muito bons baseados em hqs, tanto DC (Batman) quanto Marvel (Homem de Ferro). A dúvida agora é outra: será que vão conseguir manter o alto nível?

No caso de Thor, rolava outra dúvida além dessa. O diretor é Kenneth Branagh, que tem um currículo com muito Shakespeare, mas nada de cinema pipoca. Se o fã de quadrinhos se perguntava se a adaptação ia ser boa, o cinéfilo se perguntava se Branagh funcionaria em ambiente tão diferente do habitual. Bem, os dois podem ficar tranquilos. Thor não é nenhuma obra prima, mas é um bom filme.

Quem me lê sempre aqui já sabe, mas é sempre bom repetir: não saco nada de quadrinhos, meu negócio é cinema, então a minha crítica será apenas pelo lado cinematográfico. Se é uma adaptação fiel ou não, isso infelizmente não posso responder.

(Aliás, tem uma cena no filme que separa o cinéfilo do fã de quadrinhos. Na cena que um dos guardas pega um arco e flecha, se você viu o Gavião Arqueiro, você se liga nas hqs; se você viu uma ponta do Jeremy Renner, de Guerra Ao Terror e Atração Perigosa, você curte mais cinema. Meu caso foi o segundo…)

Bem, vamos ao filme. Thor era mais complicado que os antecessores Hulk e Homem de Ferro (e aqui também incluo o já citado Batman). Hoje em dia, os filmes seguem uma onda mais realista, afinal, é mais fácil de acreditar num super-heroi que ganha superpoderes por causa de um acidente da ciência ou porque tem dinheiro para comprar (ou construir) “brinquedos” caros e sofisticados. Thor não é assim, o cara é um deus imortal, vindo de outro planeta. Ele tem superpoderes porque nasceu assim, e ponto. Nisso, Thor perde para os outros filmes, a “suspensão de descrença” precisa ser maior.

Por outro lado, o visual de Asgard é lindíssimo – seria um forte candidato ao Top 10 de visuais deslumbrantes… Asgard tem prédios imponentes e figurinos caprichados, afinal, estamos falando da morada dos deuses nórdicos. Aliás, o cuidado com o visual do filme inteiro é impressionante, rola uma cena belíssima com chuva em câmera lenta.

E a direção de Branagh, como ficou? Bem, este é um “filme de produtor”, acredito que Branagh teve pouco espaço para arroubos criativos. Mas a gente vê o dedo de Branagh na direção dos atores entre as traições e os dramas familiares asgardianos. Branagh declarou que via paralelos entre Thor e Shakespeare, deve ser por aí…

O elenco é recheado de grandes nomes em papeis menores. Anthony Hopkins tem um papel de peso: Odin, o principal entre os deuses, chamado pelos outros de “pai de todos”; e a última ganhadora do Oscar de melhor atriz, Natalie Portman, tem o principal papel feminino, a terráquea Jane Foster. Mas os dois maiores nomes do elenco são atores desconhecidos: Chris Hemsworth faz o protagonista Thor e Tom Hiddleston brilha como o antagonista Loki, seu irmão. Ainda no elenco, Stellan Skarsgård, Kat Dennings, Colm Feore, Ray Stevenson, Rene Russo, Clark Gregg, Idris Elba e Tadanobu Asano. Aliás, achei estranha a escalação deste dois últimos como moradores de Asgard. No lugar que deu origem aos deuses nórdicos tem um negro e um oriental? Os quadrinhos são assim, ou isso é invenção do mundo politicamente correto? Deve ter sido pro filme parecer menos preconceituoso, tipo uma “reserva de vagas”. Mas aí piorou, já que Idris Elba faz Heimdall, uma espécie de porteiro… Os brancos são guerreiros, o preto fica na portaria…

Tem outra coisa estranha: Kenneth Branagh optou por filmar boa parte do filme usando a câmera inclinada, fora do prumo, criando planos tortos (o chamado “plano holandês). Não sei exatamente o que Branagh queria com isso, mas heu fiquei me lembrando dos cenários dos vilões daquele seriado do Batman barrigudo dos anos 60, que abusavam deste estilo…

Mais um problema: assim como em Tron – O Legado, o 3D me pareceu um desperdício desnecessário aqui. Algumas cenas ficaram escuras demais, me arrependi de pagar mais caro pelo ingresso…

Por outro lado, a trilha sonora em tom épico de Patrick Doyle é muito boa. É o mesmo autor da excelente trilha de Voltar a Morrer, também de Kenneth Branagh. Preciso prestar atenção no nome desse cara!

Não gostei da parte final. Mas antes de falar disso, vamos aos avisos de spoiler:

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Na minha humilde opinião, o filme se perde a partir da cena do Destruidor. Em primeiro lugar, achei que os quatro desistiram rápido demais da luta. Depois, achei que a solução da luta foi muito besta – se Odin podia fazer tudo aquilo, por que esperar até o último momento? E o plano de Loki me pareceu besta, assim como a luta final entre Thor e Loki, principalmente se comparada com a luta no início do filme, contra os gigantes de gelo.

FIM DOS SPOILERS!

No fim, Thor é um bom filme, mas perde na comparação com o último filme da “patota”, que é o Homem de Ferro 2. Afinal, no fim do filme, tem um aviso dizendo que Thor voltará no filme dos Vingadores, filme que trará, juntos, Hulk, Homem de Ferro, o próprio Thor e o Capitão América (que tem um filme prestes a estrear).

Última recomendação: fique até o fim dos créditos. Rola uma cena importante, assim como tem acontecido sempre nos filmes da Marvel!

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Se você gostou de Thor, o Blog do Heu recomenda:
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
Watchmen

Os Outros Caras

Os Outros Caras

Com a morte de dois policiais herois, outros dois policiais querem os holofotes. O problema é que eles não levam muito jeito para serem estrelas – Terry Hoitz (Mark Wahlberg) carrega um erro enorme no currículo, enquanto Allen Gamble (Will Ferrell) é um grande medroso.

Dirigido por Adam McKay, especialista em comédias bobas com Will Ferrell, Os Outros Caras (The Other Guys no original) é uma boa surpresa: trata-se de uma divertida comédia policial. A parte “ação” é muito bem feita, boas cenas de perseguições de carros, bons tiroteios. E a comédia tem algumas sacadas bem legais.

Um dos destaques do filme é Will Farrell. Sim, por incrível que pareça, o ator com cara de bobão que “cometeu” o lamentável Terra Perdido funciona perfeitamente aqui. Mark Wahlberg também não é reconhecido por seus dotes como ator, mas pelo menos tem alguns títulos legais no currículo, como Boogie Nights e Rock Star. E ambos estão ótimos juntos, rolou uma boa química com a típica dupla de filmes onde um não tem nada a ver com o outro.

O resto do elenco ainda tem alguns nomes legais, como Michael Keaton, Ray Stevenson, Steve Coogan e Eva Mendes, além de participações mais que especiais de Samuel L. Jackson e Dwayne Johnson.

O roteiro traz algumas situações muito engraçadas. Mas não é 100%, alguns momentos são bobos, como, por exemplo, o namoro de Gamble usando a sogra de pombo correio. Desnecessário…

Segundo o imdb, a previsão de lançamento para Os Outros Caras aqui no Brasil era pra ser em 8 de outubro. Estamos no meio de novembro, e nada ainda… Sorte que existe o torrent!

O Justiceiro – Zona de Guerra

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O Justiceiro – Zona de Guerra

Mais um filme baseado em quadrinhos…

Sabe aquela lista “Chuck Norris Facts“, que rolou pela internet? Tipo, “antes do bicho papão dormir, ele checa o armário pra ver se o Chuck Norris tá lá”? Pois é, O Justiceiro é mais ou menos isso…

O Justiceiro é Frank Castle, um ex-policial que teve a família assassinada por bandidos. E depois disso resolveu sair por aí matando TODOS os marginais que encontra pela frente. Tipo assim, seguindo a linha “Dirty Harry encontra Jack Bauer”.

Esta já é a terceira adaptação cinematográfica para os quadrinhos do Justiceiro. A primeira, ainda nos anos 80, conta com Dolph Lundgren no papel principal. Sim, aquele nórdico que ficou famoso ao fazer Ivan Drago, o vilão soviético de Rocky IV, e em seguida fez um He-Man que os fãs querem esquecer. Não vi esta versão, mas sei que tem fama de ser uma das piores adaptações de quadrinhos para o cinema da história. Acho que não ganha, afinal, tem que concorrer com o Quarteto Fantástico do Roger Corman e com a Mulher Gato da Halle Berry. Mas tá lá, na briga…

Esse filme foi ignorado, e em 2004 fizeram uma nova versão, com um Thomas Jane “bombado”. Esta versão ficou legal, mas os fãs mais radicais reclamaram, porque o Justiceiro é mais violento do que o que foi mostrado.

Aí veio este terceiro filme com um terceiro ator. A princípio não gostei da troca, porque acho que o Thomas Jane mandou bem no anterior. Mas tenho que reconhecer que Ray Stevenson, o Titus Pullo da série Roma, está ótimo pro que o papel pede: um cara sério, grande e com cara de mau. E o filme pode ser considerado uma continuação, e não uma refilmagem.

Outra coisa legal no filme é o vilão Jigsaw (nas legendas foi traduzido como Retalho), interpretado por Dominic West, o guitarrista da banda Steel Dragon de Rock Star.

Ok, às vezes algumas situações do filme ficam um pouco forçadas, como por exemplo a saída de Jigsaw da cadeia. Mas  não adianta alguém vir falar que o filme é exagerado, porque é claro que é exagerado! O Justiceiro parece aqueles mocinhos de faroeste antigo, que acerta vários tiros ao mesmo tempo sem levar nenhum!

Ou seja, se você gosta de explosões, sangue e mortes, muitas mortes, e não dá muita bola pra coisas inverossímeis, divirta-se!