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A Identidade Bourne

Crítica – A Identidade Bourne

Comprei o box com a trilogia Bourne. É hora de rever os filmes!

Um homem é encontrado no mar, aparentemente morto, com dois tiros nas costas. Ele está vivo, mas com amnésia. Logo ele descobre que tem habilidades especiais. Agora ele precisa descobrir quem é e por que está sendo caçado. Baseado no livro de Robert Ludlum.

É complicado falar de A Identidade Bourne hoje, dez anos depois do lançamento. Matt Damon se firmou como um dos grandes nomes da Hollywood contemporânea; Doug Liman continuou sendo um diretor do segundo escalão. E a trilogia Bourne funcionou tão bem que ajudou a modernizar os filmes de espionagem.

O padrão para filmes de espionagem era o James Bond, um personagem que parou no tempo e ficou muito datado, com suas bond girls e seus martinis. Alguns filmes de espionagem mais recentes, como a série Missão Impossível e esta Trilogia Bourne, ajudaram a aproximar o “personagem espião” à realidade contemporânea. Heu arriscaria dizer que Jason Bourne ajudou na reforma que fizeram com o James Bond – o atual, de Daniel Craig, é bem diferente dos anteriores.

Como falei acima, o diretor Doug Liman, que antes tinha feito filmes semi-obscuros como Vamos Nessa e Swingers – Curtindo a Noite, não teve um upgrade relevante na carreira – depois disso ele dirigiu só mais três filmes para o cinema: Sr. e Sra. Smith, Jumper e Jogo de Poder. Por sua vez, Matt Damon não era um cara desconhecido, ele até já tinha um Oscar na prateleira (de roteirista por Gênio Indomável) – mas seu “star power” cresceu bastante desde então (ele concorreria ao Oscar mais uma vez, em 2009, por Invictus). Ainda no elenco, Franka Potente, Chris Cooper, Brian Cox, Julia Stiles, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Gabriel Mann e Clive Owen – outro que teve o “star power” aumentado (aqui ele faz um coadjuvante que quase não aparece, nos anos seguintes ele virou protagonista de seus filmes).

O filme ainda tem alguns destaques, como belas paisagens europeias e eficientes cenas de ação – a cena da perseguição de carros foi muito elogiada, chegou a ser comparada com o clássico Operação França. Ah, sim, Matt Damon faz um bom trabalho como heroi de filme de ação

A Identidade Bourne é um daqueles filmes que todo mundo já viu, então não dá nem pra recomendar. Mas pelo menos posso dizer que o filme não “envelheceu”, continua um bom filme de espionagem.

Em breve falo dos outros dois!

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Missão Impossível 4
007 Quantum os Solace
Velozes e Furiosos 5

Sin City – A Cidade do Pecado

Crítica – Sin City – A Cidade do Pecado

Comprei uma edição dupla gringa de Sin City – A Cidade do Pecado em blu-ray, com duas versões do filme – além da versão que passou nos cinemas, tem a “extended”, “uncut” e “recut”. Revi a original, assim que ver a outra, compará-las-ei no TBBT. Mas, antes disso, vou falar do filme aqui.

Adaptação da graphic novel de Frank Miller, Sin City – A Cidade do Pecado mostra três histórias interligadas, envolvendo policiais corruptos, mulheres sedutoras e marginais durões, uns em busca de vingança, outros em busca de redenção.

Sin City – A Cidade do Pecado é uma das melhores adaptações da história do cinema. Aliás, nem sei se dá pra chamar de adaptação, porque às vezes nem parece filme, parece que estamos vendo na tela os quadrinhos da graphic novel.

A história disso vale ser contada. Um dos maiores nomes da história dos quadrinhos, Frank Miller não tinha um bom currículo em Hollywood. O convidaram para escrever os roteiros do fraco Robocop 2 e do ainda mais fraco Robocop 3. Miller deve ter ficado traumatizado, já que se afastou do cinema – pra que se aventurar num terreno onde não conseguiu bons resultados?

Aí apareceu Robert Rodriguez, que já tinha alguns sucessos na filmografia (A Balada do Pistoleiro, Um Drink no Inferno, Prova Final, Era Uma Vez no México). Rodriguez chamou Josh Hartnett e Marley Shelton e fez, sem ter a aprovação de ninguém, um filminho de poucos minutos, capturando o estilo da graphic novel. E perturbou Miller até conseguir mostrá-lo. Com esse curto filme, convenceu Miller a acompanhá-lo ao set e dividir com ele a cadeira de diretor. Miller pensaria nos quadrinhos da sua graphic novel, enquanto Rodriguez se preocuparia com a parte técnica.

Antes avesso a adaptações cinematográficas, Miller agora sabia que sua graphic novel tinha boas chances de virar um bom filme e finalmente aprovou o projeto.

O visual é todo estilizado. Rodriguez filmou tudo em estúdio, e acrescentou os cenários em chroma-key. O filme é preto e branco, com alguns detalhes coloridos (olhos azuis de uma personagem aqui, tênis vermelho de outro personagem ali). Mais: o preto é realmente preto, e o branco é realmente branco, criando contrastes pouco comuns no cinema (mas comuns nos quadrinhos) – o sangue é quase sempre branco em vez de vermelho (e olha que tem muito sangue, o filme é bem violento). Até alguns movimentos de câmera são como se uma câmera estivesse passando sobre a revista. Como disse, a adaptação foi fantástica, como poucas vezes vista na história do cinema.

Os créditos do filme trazem os nomes dos dois como co-diretores, mas o filme é a cara do Robert Rodriguez, que aqui fez o de sempre: além de dirigir, editou, contribuiu com a trilha sonora, coordenou os efeitos especiais, a fotografia… o cara foi até operador de câmera! Robert Rodriguez é um workaholic do cinema!

(Ainda falando de direção, Sin City – A Cidade do Pecado tem uma participação especial de Quentin Tarantino, que dirigiu a cena no carro com Clive Owen e Benicio Del Toro.)

O elenco também chama a atenção: Mickey Rourke, Clive Owen, Rosario Dawson, Jessica Alba, Elijah Wood, Rutger Hauer, Bruce Willis, Carla Gugino, Michael Madsen, Brittany Murphy, Benicio Del Toro, Michael Clarke Duncan, Devon Aoki, Jaime King, Alexis Bledel, Powers Boothe, além de Josh Hartnett e Marley Shelton (o curta feito antes por Rodriguez foi aproveitado, e abre o filme). Nada mal, não?

Claro, o filme não é para qualquer um. O ritmo quase sempre com narração em off pode cansar. Outra coisa que pode desagradar são os personagens, quase todos no limite da caricatura – todos os homens são durões, todas as mulheres são fatais e gostosonas. Pelo menos essas duas coisas ajudam a criar um clima de filme noir diferente…

Desde a época do lançamento (2005), rola um boato sobre uma continuação. Mas até hoje, sete anos depois, não há nada confirmado. Se vier, que mantenha a qualidade!

p.s.: Frank Miller tentou de novo, e, três anos depois, dirigiu The Spirit. Mas foi um fracasso. Senti falta do Robert Rodriguez.

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Sucker Punch – Mundo Surreal
Watchmen
300

Os Especialistas

Crítica – Os Especialistas

Não sei po que, achei que este seria um “filme-galhofa”, na linha do divertido Os Mercenários. Que nada, Os Especialistas é um filme sério, um bom filme de ação!

Quando seu antigo mentor é sequestrado, um ex-agente secreto britânico é forçado a voltar à ativa, agora trabalhando como mercenário, com a missão de assassinar três ex-agentes das forças especiais britânicas SAS.

Dirigido pelo estreante Gary McKendry, Os Especialistas transita entre a ação e o filme político. Parte da divulgação do filme o vende como “baseado em fatos reais”, como se os acontecimentos na tela fossem algo que tem que ser escondido. Mas, sei lá, com as notícias que a gente tem todas as semanas vindo de Brasília sobre os podres na política brasileira, não me pareceu nada demais a existência de tais grupos secretos ditando a vida de pessoas por aí.

A melhor coisa de  Os Especialistas é o seu elenco. Jason Statham, o brutamontes da vez, faz o de sempre – mas pelo menos faz bem feito (se bem que talvez atrapalhe um pouco ele ter feito um papel bem semelhante recentemente, em Assassino a Preço Fixo). Clive Owen está muito bem como o antagonista, não só o cara é bom ator, como tem porte para “sair no braço” com Statham. E Robert De Niro, como (quase) sempre, está ótimo, num papel menor.

Além do trio principal, o filme ainda conta com um excelente time de coadjuvantes de nomes menos conhecidos. Dominic Purcell e Aden Young estão muito bem como os auxiliares de Statham (principalmente o irreverente “welshman” de Purcell). E o filme ainda conta com a bela Yvonne Strahovski e o eterno “mr. Eko”, Adewale Akinnuoye-Agbaje.

O roteiro, baseado no livro de Ranulph Fiennes (irmão de Ralph Fiennes), não é perfeito, a parte final poderia ter um ritmo melhor – nada muito grave, isso é compensado na parte técnica, com boas sequências de ação. Por fim, gostei da ambientação nos anos 80.

Os Especialistas não se tornará um clássico. Mas vale o preço do ingresso, nem que seja pelo bom elenco.

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The Big Bang
Os Mercenários
Inimigos Públicos
Mandando Bala

Os Garotos Estão de Volta

Os Garotos Estão de Volta

Inspirado num caso real, Os Garotos Estão de Volta conta a história de Joe Warr, que teve que cuidar sozinho do filho pequeno depois que a esposa morreu de câncer, e pouco depois ganhou também a guarda do filho adolescente do primeiro casamento.

Acho que Os Garotos Estão de Volta tenta ganhar simpatia por causa dos perrengues enfrentados por Joe, o pai interpretado por Clive Owen. Porque é tudo tão clichê, tudo tão previsível…

O roteiro do filme dirigido por Scott Hicks segue todos os clichês possíveis. Pai antes ausente mas que depois vira “pai modelo”; irmãos que antes brigam pra depois se adorarem e virarem inseparáveis; mulherzinha por perto que vai se aproximar, mas com vários pés atrás; eterno “morde e assopra” com a sogra; problemas profissionais…

Isso sem falar da incoerência do filho mais velho. Primeiro o garoto diz que tá tudo ok e convence o pai a ir pra Melbourne, pra logo depois ele fazer besteira e jogar a culpa no pai. Aí ele reclama da mãe, pra depois dizer que não quer se separar da mãe porque seria ruim pra ela. Caraca, moleque, decida-se!

E Joe Warr faz tudo errado. Fica difícil ter pena de um cara que, ao ver o filho dar um piti e quebrar toda a louça, em vez de colocar o garoto de castigo, vai lá e pede desculpas… Clive Owen tem um grande carisma, mas, não rola, né?

Mas, por incrível que pareça, Os Garotos Estão de Volta não é tão ruim quanto esses clichês todos fazem acreditar. Belas paisagens australianas e uma convincente atuação de Clive Owen ajudam, o filme é até interessante. É um clichê bem feito, com elementos bem colocados.

Mesmo assim, achei o resultado final dispensável. Claro, vai agradar a plateia feminina e os mais “sensíveis”. Mas tem coisa bem melhor por aí pra ver com a patroa.

Duplicidade

Duplicidade

Sabe aqueles filmes onde nada é exatamente o que parece ser?

Ray Koval (Clive Owen) e Claire Stenwick (Julia Roberts) são ex agentes secretos que hoje trabalham com espionagem industrial. Envolvidos em uma grande disputa entre duas gigantes da área de cosméticos, eles resolvem tentar um golpe.

O início de Duplicidade é um pouco confuso. E, conforme o filme avança, tudo fica ainda mais confuso. Mas a boa notícia é que as pontas soltas são resolvidas no fim do filme. Méritos para o inteligente roteiro escrito por Tony Gilroy, também diretor do filme.

O elenco conta com a boa química entre o casal principal, que repete aqui a parceria de Closer – Perto Demais. Owen e Roberts estão ótimos como o casal instável e sempre desconfiado entre si. Além dos dois, ainda temos Paul Giamatti e Tom Wilkinson, como os executivos rivais.

Bom roteiro, bons atores, belas locações e uma trilha sonora interessante fazem de Duplicidade uma boa opção.

Mandando Bala

shoot-em-up

Mandando Bala

Podemos dizer do que se trata um filme apenas olhando o elenco? O que dizer de um filme estrelado pelos astros “sérios” Clive Owen, Paul Giamatti e Monica Belluci?

Bem, Mandando Bala (Shoot ‘Em Up) é um filme atípico na carreira dos três. Pra começar, é um dos filmes com mais mortes por tiro dos últimos anos!

Mas essa aparente incompatibilidade entre elenco e argumento não impede o filme de ser bom. Ao contrário: Paul Giamatti, exagerado na dose certa, imprime um ar genial ao vilão do filme.

Smith (Clive Owen) está num ponto de ônibus quando vê uma grávida sendo perseguida por um homem armado. Ele a salva, e descobre que são muitos tentando assassiná-la. Mas Smith é uma espécie de “ultimate bad ass” (como no filme Onde os fracos não têm vez, dos Coen), e mata TODOS. E esse é basicamente o argumento.

O que diferencia esse filme de um filme vagaba sobre tiroteios e assassinatos são os geniais e exagerados detalhes irônicos. Como por exemplo, no momento que os personagens de Owen e Bellucci estão transando e chegam vários assassinos – e o nosso amigo Smith mata todos eles – “sem tirar”!

Boa opção pra aqueles dias que estamos com vontade de deixar o cérebro de lado…